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Que teima passar pela ponte...
Mário e as Crianças |
Um ronco, um zumbido,
Constrói poesia em língua de floresta.
O barco plaina nodesconhecido
E o nome de ruas gestantes de São Paulo
É o resto de nossa língua Tupi.
Mas você olha além da floresta,
E escreve como novidade quente o asfalto e o modernismo...
São Paulo, contigo, é morada de espírito.
Cresce como floresta de cimentos descontraídos
E mulheres deselegantes que não renegam a noite.
Mas entre você há paradoxos em losangos cáqui:
Nos contos, cartas, poesias, repartição pública,
Na língua cantada e em nossa raça multicolor.
Em sua caneta de insônia febril,
Não há espaços para rimas pobres, ocas e velhas
E não se sucumbe à boca maldita de Pietro Pietra.
Em clima de serenidade arlequinal,
"Retrato de Mário de Andrade", por Anita Malfatti. |
Renegadas em prefácio interessantíssimo.
Em seis dias de reclusão na fazenda encantada
Passou em liberdade de anti-herói engajado
Unificando em pena nossas línguas de florestas brasis...
Ainda que Tupis,
Jês, Nhegatus,
Portugueses,
Tamoios e Guaranis...
...(Aquiete-se meu amigo,
Não seremos engolidos pela tristeza
Somos todos Macunaíma!)...
Éric Meireles de Andrade